Dia das mulheres?

            "romantismo" só hoje?

               Desde quando foi romântico chamar uma mulher de gostosa só porque ela sente calor e veste roupas curtas? Não é e nem nunca foi um “foi só um elogio” “eu só te chamei de linda, que mal tem nisso?” Queremos a liberdade, só isso. Liberdade de usar a roupa que quisermos; o corte de cabelo que optarmos; trabalharmos em qualquer lugar e recebermos um salário justo para um cidadão que contribui para a humanidade, e não um salário ”justo” para uma mulher. Queremos poder sair por aí em qualquer horário, sem medo do desconhecido, sem medo dos assovios e das perseguições de machistas de anos 50 que nada sabem sobre romantismo. Queremos poder ser mães solteiras sem julgamento algum, porque pra homem sempre foi fácil ser pai - quando conveniente. Queremos poder tomar decisões sobre o nosso corpo e não sermos apenas um depósito de fetos e falsos afetos. Queremos respeito todos os dias, e não numa data definida. Queremos a liberdade de termos quantos parceiros/parceiras quisermos; sem recebermos o “rótulo” de rodada. Pois sua opinião machista não interfere na nossa liberdade. Desde pequena ouvimos histórias de princesas indefesas que, por um motivo qualquer, acabam morrendo, e voltando a vida “graças” a um beijo de um desconhecido qualquer. Calma lá amigo! Desde quando é normal ser beijada por um estranho? Meu amigo, isso é crime! Nenhuma mulher merece isso. Pedir liberdade nosso é direito, e não feminismo.


 Por: Milianne Rodrigues

Eu o "x" da questão

Hoje eu digo: não me redimo de nada que fiz; se aconteceu foi por um motivo, do qual o enredo mal contado não permitiu nem um prólogo. Sou o intérprete mais amador desta história, que de modo algum soube um dia qual era o papel. Hoje penso que, quando possível, fiz a coisa sob a maneira certa, deixando de lado as incertezas do caso – já que não faz o acaso. Mas pensar que tudo isso apenas existiu em minha mente, me ocorre a infelicidade de lembrá-la. A indecisão em optarmos pelo lado destinado, ou pré-destinado, da maneira que não nos encontremos, nunca decidimos. Eu sempre o x da questão, e você de algum jeito procurando, em meio a razão, a resposta. E num círculo vicioso, acabávamos os dois perdidos.

Por: Yuri Azevedo


Eu sinto muito

          Sinto muito por não ser a mesma, por não sermos os mesmos. Sinto por não sentir o mesmo frio na barriga quando meu olhar cruza o teu, não é nada pessoal, perdão, mas quando ouço a tua voz meu coração não acelera mais. Isso tudo é uma guerra onde tentamos não sair feridos, sei que é quase impossível, mas, estamos aqui pra tentar. É tudo muito complexo a culpa não é nossa, o problema é que na nossa história eu não sei mais onde estão as vírgulas e os pontos finais, aliás, o ponto final eu sei o lugar dele, e é aqui. Infelizmente tudo que é bom acaba, quero que sejamos livres pra continuar lutando para não sairmos feridos dessa guerra chamada amor. Devemos abrir espaços para novas sensações com sabores e cheiros diferentes. E sinceramente, torço pela sua felicidade.




-Acabou.                                     Por: Milianne Rodrigues

E sobre o amor

quando vejo me encontro perdida...

Durante todas as vezes que me propus a tentar falar algo sobre o amor, me deparei com uma situação totalmente sem explicação. O amor é a incógnita que move o meu mundo. Foi exatamente sem querer, fui pega de surpresa, não estava nos meus planos entregar meu coração, assim, de bandeja. Mas quem disse que escolhemos a hora de amar? Na verdade é o amor que nos escolhe. Talvez no pior momento possível, mas ele escolhe. De agora em diante minhas noites incessantes de insônia têm um motivo. Meus longos suspiros ecoantes em meio ao silêncio têm um porquê.
E assim vou seguindo em frente, enlouquecendo, me perdendo, e procurando. Às vezes me encontrando, mas em nenhum momento descobrindo o enigma que é o amor.

                                                            Por: Milianne Rodrigues


É mais uma escrita

a realidade mais irritante da madrugada...

E por que isto acontece? A paralisia que me causa toda a vez que me deparo num caminho certo de incertezas peculiares que, de forma gentil, traz-me sempre ao mesmo ponto. Depois de tanto tempo tendo que aguentar meus lábios fechados, insaciáveis pelo silêncio, tornou-se um vício. As escritas com histórias derradeiras pelas madrugadas, acompanhadas de três ou quatro xícaras de café, e também da solidão que sempre esteve presente. Minha mesa posta de frente à janela -que sobre ela há um livro- conta mais de mil crônicas que já escrevi. Expondo uma vida baseada em não contar nada a ninguém por desconfiança. Ninguém sabe. A menos que o leia. Assim, levado ao clímax da paralisia habitual de lembranças, consigo não mais me abster. Entretanto, ainda atrofiado pela incoerência de minha insegurança, quero-te dizer o quanto és importante. De tudo que já escrevi, és parte do enredo, um elemento proposital das escritas. Deixando o ócio em dar vida, fictícia, à nossa felicidade. Pois essas ocasiões, comumente, costumam a passar como um reflexo lúcido. E ainda consigo levar a realidade o nosso sonho, apenas em escritas, mas o levo. Na insanidade em aguardar que elas -as escritas- virem nosso roteiro daqui pra frente.

Por: Yuri Azevedo

Sempre é assim

acredite...


          E ai, como você está? Ainda sofrendo por um amor não correspondido? Ainda não dormindo à noite tentando entender por que seu coração está machucado? Ainda se perguntando o que você fez de errado? Ainda até quando? Você já passou por isso antes, lembra? Outros amores, outras dores, outros sonhos, nenhum igual a esse, sim eu sei, mas, você sabe que passa, como já passou antes vai passar de novo.

         Mas não fique calmo, assim que passar vai acontecer de novo, e de novo, de novo, de novo. Até o seu último suspiro.




Por: Milianne Rodrigues

Aquela canção

Quem diria que era um sonho?

         Embora eu quisesse, não pude ouvir. Entre os sons que ecoavam das vozes incessantes de corpos perdidos e sem moradores, lá estava você, a única que, distinta, tinha uma alma. Entre um passo ou outro, se perdia e tropeçava de um modo desengonçado nas flores que rodeavam aquela árvore. Com a graça que mostrava o seu rosto, no ar de dúvida de quem queria se aproximar, chegou com a sua voz criando uma tenuidade entre meus ouvidos e sua canção. Ah, pudesse eu presenciar mais de teus gracejos e o sorriso enrolado de quem, porventura, aguardava algo. Parecia um sonho. Era um sonho. Mas tudo bem, a confusão que me causa entre realidade e o mundo dos sonhos, é apenas uma das causas de tua presença ainda em mim. Eu entendo. Porém, ainda pela manhã, quando estico minha espinha ao levantar, posso ouvir mais um som que, aos poucos, ressonam até acabar naquele mesmo acorde perdido entre as outras que ecoam por aqui.


Por: Yuri Azevedo